PORTO – Rua das Flores até ao Palácio da Bolsa

PORTO – da rua das Flores até ao Palácio da Bolsa – A rua foi aberta por 1525, no final do reinado de  Dom Manuel, em terrenos ocupados pelas hortas do bispo, quando foi denominada “Rua de Santa Catarina das Flores”.

A abertura da nova rua, ligando o Largo de São Domingos à Porta de Carros  (atual Praça Almeida Garret), correspondeu às necessidades do crescimento populacional e do desenvolvimento económico. Com a abertura da Rua das Flores, o largo quinhentista de São Domingos conheceu também importantes transformações, albergando a primeira “fonte redonda” do Porto.

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Afirmação da burguesia no Porto

A construção da nova rua coincidiu, por um lado, com o fim do privilégio ancestral de proibição de estadia dos nobres na cidade e, por outro, com a crescente afirmação de uma burguesia mercantil, cultivadora do gosto pelos grandes palácios e por ambientes repletos de luxo. A Rua das Flores será um belíssimo exemplo de concretização destas duas tendências.

A construção nas Flores foi feita segundo moldes inéditos pois, pela primeira vez na história urbana da cidade, surgiu uma regulamentação precisa sobre o tipo de habitação a construir, obrigando a uma regularização das duas margens da rua, possibilitando a boa visibilidade das fachadas.

O núcleo mais representativo dos habitantes da rua foi constituído pela designada aristocracia urbana — cidadãos ligados à administração municipal da cidade e da Coroa, mercadores, frequentemente nobilitados, e alguns cristãos-novos —, conotando a rua com um forte caráter elitista, que o espaço edificado procurava confirmar.

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