404 Not Found


nginx
As boas acções na cidade de Braga - Região do Norte

As boas acções na cidade de Braga

Ainda com as emoções da retumbante vitória sobre o Benfica chega-nos a informação que no mercado de inverno o primeiro reforço para o universo do SC de Braga e seus dirigentes foi feito na área jurídica, agora que se completaram as transacções de acções da SAD preparadas  durante a última época.

Com efeito, foi conhecida a entrada na SAD bracarense de entidade investidora do Catar e que controla o PSG de França e foi confirmada a “venda” por parte da Câmara Municipal de Braga das “acções que detinha na SAD” bracarense.

Estas movimentações confirmam o “alto valor” das acções da SAD dada a atracção de novos investidores confirmando a tese da boa moeda e que favoreceu os investidores iniciais. Em contra sinal e argumentando a “necessidade legal” de venda, o Município de Braga desfez-se das acções.

A informação disponível aponta para que o Município tenha vendido cada acção a um euro, recolhendo com a venda a quantia de duzentos mil euros. Terá assim registado no seu exercício um prejuízo de oitocentos mil euros de menos valias.

Também se refere que a venda terá sido feita a um fundo de investimento apresentado sob a forma de uma entidade off-shore.

E constata-se assim que o clube se dispensou de comprar a participação do município por um preço simbólico naquilo que seria uma boa acção patrimonial até para reforçar a sua percentagem final na SAD e assim valorizar a sua posição negocial no diálogo com novos investidores, como aconteceu depois com o investidor do PSG.

Clube não exerce opção

A venda à off-shore referida só foi possível porque o SC de Braga (isto é, os seus dirigentes)  não exerceu o direito de preferência. Conhecido o baixo valor das acções e o simbólico preço da participação pago pelo “novo investidor” estranha-se (no mínimo) que o SC de Braga (isto é, os seus dirigentes)  não tenham considerado interessante encontrar e aplicar nessa acção duzentos mil euros para assim reforçar o capital do clube na SAD.

A actual SAD tem mandato até 2024 e mantém o seu presidente António Salvador https://maisfutebol.iol.pt/sad-sp-braga/conselho-de-administracao/antonio-salvador-reeleito-na-sad-do-sp-braga 

Membros da direcção do SC de Braga (Clube):

  • PRESIDENTE
    António Salvador da Costa Rodrigues
  • VICE-PRESIDENTE
    Manuel Rodrigues
  • VICE-PRESIDENTE
    Gaspar Borges
  • VICE-PRESIDENTE FINANCEIRO
    Cláudio Couto
  • VICE-PRESIDENTE PATRIMÓNIO
    Hernâni Portovedo
  • VICE-PRESIDENTE RELAÇÕES INTERNACIONAIS E DAS MODALIDADES
    Manuel da Silva Costa
  • VICE-PRESIDENTE INSTITUCIONAL
    Paulo Resende
  • VICE-PRESIDENTE FUTEBOL FORMAÇÃO
    Hugo Vieira

Como se pode verificar existe uma (quase) completa coincidência entre a equipa que lidera o clube e a que lidera a SAD. Daqui decorre, certamente, um alinhamento tácito nas acções praticadas sendo que, não exercendo opção de compra por parte do clube e tendo a direcção da SAD aceitado esta transferência/venda todos e apesar de estarem ali com a dupla legitimidade entenderam que foi tomada a melhor opção.

…E a favor de quem?

Cumprindo a lei, o município tratou da venda e disso o Jornal de Negócios deu esclarecimentos, sobretudo aqueles que decorrem da lei e dispensam cuidados que podia ter mas se dispensou de cuidar, nomeadamente tratar de saber a “quem ia vender ou quem era o comprador”… Aliás ainda hoje não se sabe quem comprou, coisa que motiva qualquer conversa de café tentada a perguntar se não terá sido ninguém de (imaginem, podia ser) de Guimarães…

https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/desporto/detalhe/camara-de-braga-oficializa-saida-da-sad-mais-de-quatro-meses-depois

…E o preço?

Como acolhe o município esta “disparidade de oitocentos mil euros”, na tranquilidade dos deuses (romanos, é certo) sem tratar de saber – pelo menos não deu notícia disso – se havia investidores interessados em assumir a sua posição sem prejuízo para a edilidade?

Perguntamos de outra maneira,  por que razão “investidores” especializados no futebol não procuraram o Município para lhe manifestarem a sua disponibilidade em adquirir a sua participação?

E para equilíbrio da coisa: por que se verifica uma tendência ao contrário e que é a seguinte: acções para investidor do PSG a preço alto; acções para “investidor” da off-shore (sem dono) a preço baixo?

Mais valias evidentes

Nestas andanças, percebe-se quem ganha e quem perde, mas incomoda saber que no caso da off-shore (a compradora ao preço da uva mijona) o verdadeiro beneficiário (nós seremos sempre os últimos a saber!) usufruiu de um perfume milagroso, efeito de estar no “sítio certo” e que tendo ajudado “a câmara de Braga a cumprir a lei” achou que adquirindo o que “podia ser do SC de Braga” sendo dele, melhor contribuiria para a glória dos entusiastas adeptos, percorrendo o caminho glorioso da bola que entra na baliza.

Entusiasmo que chega do Catar

Se os 17% do município valiam apenas duzentos mil euros ( e o SC de Braga não comprou…) qual a expectativa do investidor do Catar ao comprar pouco mais de 21%. Leia que vale a pena verificar a notícia do Jornal de Negócios com citação da Bloomberg:https://www.jornaldenegocios.pt/empresas/detalhe/dono-do-psg-compra-2167-do-braga

Balha-me a Senhora do Sameiro

Gostávamos de saber mais. Provavelmente também o Ministério Público, sei lá. Mas a mim bastava-me um café de saco com o saudoso cónego Melo para lhe perguntar se sabia alguma coisa sobre o assunto. E até sei que começaria por me responder, com sorriso nos lábios e voz serena: Olha lá, mas queres mesmo saber?

Por Arnaldo Meireles