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Segunda-feira, Maio 6, 2024

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A Janela Manuelina de Viana

VIANA – Magnifica janela de arquitectura “Manuelina” do Palácio dos Viscondes de Carreira, ou mais popularmente conhecidos pelo nome de família “Os Távoras”, que originalmente pertencia à família Fagundes.
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Em 1527 Fernão Brandão, comendador de São João de Cabanas, e a sua mulher, Catarina Fagundes, deram início à edificação de uma casa nobre no topo da rua de Sant’Ana, um palacete manuelino, que nos finais do século XVII passaria a pertencer, por descendência, à família Távora.
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Da construção inicial subsistem poucos elementos, desconhecendo-se a tipologia estrutural da casa. Na última década do século XVII os Távoras contrataram o engenheiro Miguel Pinto de Vilalobos para executar uma remodelação do palacete.
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A obra, executada entre 1691 e teve como objectivo edificar uma nova frontaria lateral, onde foi construída a capela, e reformar a fachada original, dando origem a um dos primeiros exemplos de arquitectura revivalista executados em Portugal.
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A fachada principal destaca-se pela harmonia do seu programa decorativo, onde foi feita uma utilização das molduras de janelas e portas de talhe quinhentista, executadas para a edificação original, cujos modelos foram repetidos por Vilalobos em novas molduras dispostas no prolongamento da fachada original.
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Este “aproveitamento” e “reinvenção” dos elementos originais, uma novidade na arquitectura portuguesa, havia sido na realidade uma proposta já avançada por Sebastiano Serlio, que no Livro Sétimo apresenta um “singular programa para “ristorare case viecchie”.
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Através da ordenação dos vãos da fachada, distribuídos simetricamente num ritmo complexo e rigoroso – cujo conjunto forma uma espécie de “espelho”, onde a partir do meio, marcado pela disposição do brasão, cada modelo se reflecte no lado precisamente oposto -, Vilalobos vai imprimir um gosto classicista e austero à fachada, que irá subordinar a exuberante decoração manuelina.
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A escolha pelos elementos quinhentistas prenderam-se não só com uma questão prática de redução dos custos da edificação como com um “genuíno respeito por um estilo “sancionado” pela História”.
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A fachada lateral do palacete apresenta um programa edificativo que se insere nos modelos de arquitectura civil desenhados por Manuel Vilalobos.
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De gosto classicista, foi inspirado na austeridade da arquitectura militar e na tratadística maneirista, de onde retira elementos como os frontões que coroam as janelas, e o rusticado que remata lateralmente a fachada.
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A capela, individualizada no conjunto da fachada e apresentando alguns elementos decorativos de inspiração flamenga, evidencia a importância social dos encomendantes na sociedade vianense.
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Em 1970 a família Távora vende o palacete à Câmara Municipal de Viana do Castelo, que executou diversas obras de adaptação no seu interior.
Os Paços do Concelho instalaram-se no edifício em 1972. (Informação obtida na página “Património Cultural – Direção-Geral do Património Cultural”)
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(41°41’40.98″N 08°49’46.97″W) Passeio das Mordomas da Romaria – Viana do Castelo – Minho – Região Norte – Portugal
“Muitas vezes não temos tempo para dedicar aos amigos, mas para os inimigos temos todo o tempo do mundo.“ – Leon Uris

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