Paços de Ferreira está integrado na Comunidade Intermunicipal Tâmega e Sousa e existe a possibilidade de o concelho integrar a Área Metropolitana do Porto. O PSD promoveu um debate sobre o assunto esta semana e concluiu que a “falta de liderança” da instituição constitui um entrava para que a população entenda o seu funcionamento, estratégia e mesmo a sua utilidade.
É certo que a CIM está transformada numa agência de empregos de autarcas e para-autarcas e tem oferecido um conjunto de iniciativas sobretudo na área de animação às populações, sendo de destacar o trabalho acumulado na promoção da Rota do Românico”.
A promoção de festivais, acções culturais com fundos públicos, são organizados num circuito fechado que favorece os “eleitos” convidados à promoção “autónoma” de iniciativas quando bastaria estar atento à realidade cultural existente e apoiar as associações e autores que ao longo do tempo e antes da CIM já marcavam o calendários dos hábitos culturais da nossa população.
Relativamente à liderança política e coordenação entre autarquias, verifica-se um vazio nas áreas onde a “colaboração” autárquica deveria ser evidente, em benefício das populações nomeadamente:
- na área do ambiente (a necessidade de novo aterro é evidente, mas ninguém quer pegar no assunto)
- na gestão das águas – colaboração entre municípios que pretendam resgatar o contrato das águas e saneamento.
Bastaria reter estas duas questões para verificarmos que o trabalho efectivo e interessado na resolução destas questões ofereceria aos residentes uma solução integrada, com dimensão crítica, e viabilidade económica. Mas interessará aos nossos líderes políticos a viabilidade económica dos projectos ou estão eles dedicados à viabilidade do seu mandato, como fim último da sua acção?
Em entrevista (densa) ao Imediato, o presidente da CIM, Pedro Machado, na qualidade de presidente da Câmara Municipal de Lousada, considera “essencial reforçar o seu (CIM) papel na partilha de serviços, planeamento e gestão nos domínios ambientais e da mobilidade. O território precisa de coesão e de racionalização”.
Aprofundando e divulgando esta necessidade, precisa o agora presidente da CIM de concretizar o que de facto se pode (e deve) fazer, conjugando a capacidade instalada na região e assim promovendo os investimentos comunitários necessários.
Embora possamos antever resistências de alguns (poucos) autarcas aos projectos comuns, talvez a explicação aos leitores da utilidade da CIM reforce o poder e legitimidade da gestão desta entidade intermunicipal que, a nosso ver, precisa de se libertar da gestão dos interesses intermédios de ocasião para se afirmar como alternativa liderante nos projectos da região e assim merecer o respeito devido pelos autarcas eleitos.
Por Arnaldo Meireles