A arte de complicar e impedir a Regionalização

O Presidente da República abordou o tema da regionalização nos discursos de tomada de posse do seu segundo mandato, realizados no parlamento e no mesmo dia na cidade do Porto. Curiosamente o Expresso titulou “Marcelo abre a porta a novo referendo à regionalização”.

Numa análise ligeira, poder-se-ia pensar que o PR é favorável a um país regionalizado. Mas não é. Provavelmente será o seu maior inimigo, com os seus aliados estruturais que mais não fazem do que contribuir para o amordeçamento da democracia que Cavaco Silva referiu e Marcelo R de Sousa negou. Pois claro.

Marcelo podia dizer que a regionalização é uma prioridade para o país – o que é verdade e sustentado por maioria parlamentar. Mas lançou já um degrau que poderemos ter que subir: debate sem fim, para verificar a necessidade do referendo, e armadilhar as perguntas do suposto referendo para que da confusão criada saia o resultado esperado – a sua impossibilidade.

A Corte de Lisboa – não tem nada a ver com os portugueses que vivem em Lisboa – não tolera uma reorganização do território que favoreça o crescimento e desenvolvimento do país, sem a ajuda dos seus “pareceres” (esses mesmos que condicionam há 40 anos a politica portuguesa). Tem, acima de tudo, medo da opinião livre mas interessada de todos aqueles que não partilhando do perfume do poder central entendem a democracia plena como estrutura de intervenção e promoção das suas comunidades.

A radiografia de poder, que define a Corte de Lisboa, está feita e só não a conhece quem opta (por comodidade) por viver em silêncio ou já desistiu de lutar por um país livre, corajoso, disponível para combater por uma nação sem medo das mudanças e ansioso de lançar novos caminhos das nossa história.

Quem é do Norte, encontra no sangue esta certeza. Desde Guimarães nos lançamos à conquista sem esperar pela opinião da Corte, desde o Porto defendemos a Liberdade, durante o cerco monárquico,  asseguramos a candidatura de Humberto Delgado, contestamos Salazar – com o exílio do nosso bispo. Sempre confrontamos o poder da Corte e não temos medo da sua opinião.

Estamos nesta situação – saber como podemos e devemos contestar a opinião da Corte de Lisboa, hoje absolutamente dominadora nos veículos de comunicação,  totalmente subservientes aos interesses desenhados por quatro ou cinco escritórios de advocacia que continuam a definir o destino de Portugal.

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Foto Créditos – Economist.com

https://expresso.pt/politica/2021-03-09-Marcelo-abre-a-porta-a-novo-referendo-a-regionalizacao.-E-responde-a-Cavaco-democracia-nao-esta-amordacada?fbclid=IwAR3OFg-1C4x2v-uPqnRc_wSdUCVr4FgQll4HHkQXHlbduknopILc7w8kUqw