Segurança no Continente Europeu

Segurança no Continente Europeu – O presidente francês Macron empenhou-se na promoção de uma cimeira europeia para reforçar a segurança interna e garantir as bases da unidade depois da  invasão da Ucrânia pela Rússia, tornando a cúpula inaugural da Comunidade Política Europeia um sucesso inicial que lançou a ideia alguns meses atrás.

Líderes europeus agradeceram a Macron por esta iniciativa, apesar das preocupações iniciais de alguns de que isso poderia travar a expansão da UE.

Além disso, alguns países que há anos são candidatos a entrar no bloco, especialmente nos Balcãs Ocidentais, temiam que o novo fórum fosse uma forma de colocá-los na sala de espera da UE por tempo indeterminado. Macron e outros líderes da UE insistiram que não é um substituto para o processo de adesão, que deve ser tratado em discussões separadas.

O presidente sérvio Aleksandar Vucic, cujo país é candidato à UE, mas mantém relações com a Rússia e se recusou a aderir às sanções ocidentais contra Moscovo, ainda expressou nesta quinta-feira apoio à iniciativa. “Reunimo-nos para mostrar que pertencemos à Europa. É muito útil para nós, uma oportunidade ideal para fazer boas reuniões, para descobrir algumas coisas”, disse ele a repórteres.

Em Praga, Macron continuou o seu ativismo diplomático. Isso passou de melhorar as complexas relações franco-britânicas para tentar aliviar algumas tensões regionais.

Também presente a primeira-ministra britânica Liz Truss, que recentemente expressou o seu desejo de “reengajar-se” com a França após as tensões pós-Brexit, chamou Macron de “um amigo”.

“Estamos falando de como o Reino Unido e a França podem trabalhar mais juntos”, disse ela.

De notar que ao lado do presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, Macron conseguiu reunir em torno da mesa os líderes inimigos da Turquia e da Arménia, bem como o Azerbaijão. No mês passado, a Arménia e o Azerbaijão negociaram um cessar-fogo para acabar com uma explosão de combates que matou 155 soldados de ambos os lados.

De referir que Macron e o chanceler alemão Olaf Scholz também se reuniram sucessivamente com os líderes do Kosovo e da Sérvia.

E de recordar que a  UE supervisionou anos de negociações mal sucedidas para normalizar as relações entre os dois países, dizendo que essa é uma das principais pré-condições para sua eventual adesão ao bloco de 27 nações. A Sérvia recusou-se a reconhecer a declaração de independência do Kosovo em 2008.

 

O crescimento da Europa

Eleito pela primeira vez em 2017, Macron sempre promoveu uma abordagem pró-europeia ambiciosa e em cada ocasião procurou desempenhar um papel fundamental na diplomacia global. A invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro apenas reforçou as suas opiniões.

Em abril, Macron foi reeleito para um segundo mandato, vencendo a rival nacionalista de extrema-direita Marine Le Pen no segundo turno.

Isso reforçou a sua posição como político sénior na Europa, já que o outro peso pesado, o chanceler alemão Olaf Scholz, ainda é relativamente novo no cargo depois de suceder Ângela Merkel no ano passado.

Forte defensor do multilateralismo, Macron logo terá outras oportunidades para divulgar as suas opiniões no cenário internacional.

Ele deve ir no próximo mês ao Egito para a próxima cúpula das Nações Unidas sobre mudança climática e para a cúpula do Grupo dos 20 principais países ricos e em desenvolvimento em Bali, na Indonésia.